segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Eu sei que prometi que não iria me meter... E sei que não adianta - por mais que eu fale, você não vai me dar ouvidos. Você não quer ouvir o que tenho a dizer. Mas não seria eu se não te alertasse mesmo assim... Então, eu vou fazer uma tentativa certo? Uma só e então prometo te deixar em paz para fazer o que bem entender:

Ele não vai mudar. Eu sei... Eu sei. Ele parece ser realmente ótimo. E você adora ele. Mas, ei, ele não vai mudar. Sabe todas aquelas lágrimas que você já derramou por ele? Sabe toda a ansiedade, tudo que você disse e escreveu, todos aqueles dias que pareceram tão cinzas por culpa dele? Isso não vai ser diferente. Ele continua a mesma pessoa... E você continua merecendo coisa melhor.

Sabe, talvez eu realmente não seja coisa melhor... Mas não te faria chorar. E eu te amaria - ah, e como te amaria! - se você simplesmente me desse a chance.

(Daniel Freitas)

domingo, 28 de novembro de 2010


Eu te amo.

Traduzindo: "Toma. Está vendo esse coração aqui - ritmado, inteiro e perfeitamente funcional? Pois é, estou colocando ele em suas mãos agora... E você pode fazer o que quiser com ele. Você pode despedaçá-lo. Pode ignorá-lo. Pode escondê-lo. Pode usá-lo como reserva, caso o seu coração esteja danificado demais para continuar batendo sozinho. Eu não me importo - para mim, basta que você o tenha. Ele estava despedaçado quando você apareceu... E você me ajudou a catar cada um dos pedacinhos e colocá-los no lugar. Nada mais justo do que ele pertencer a você agora. Só... Tente não fazer muito estrago, certo? Pode ser que não apareça outra igual a você, capaz de rir da bagunça restante de mim e me transformar em alguém muito melhor do que eu era antes".

Como três palavras podem dizer tanto?

(Daniel Freitas)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010


Certo, esse sou eu - um romântico bobo. Eu abro a porta de casa, o portão, a porta do carro. Eu pago a pipoca. Se me deixar, pago o refrigerante e o ingresso também, mesmo que termine com os bolsos vazios. Eu sou ótimo com datas e dou presentes no aniversário de um mês de namoro. Eu gosto de compromisso. Eu apareço com uma rosa na mão sem motivo, ofereço um chocolate só porque estou com vontade, escrevo bobagens sonhadoras e componho músicas que, boas ou ruins, são sinceras. Eu erro e nem sempre me dou conta disso. Eu sou teimoso e não aceito que me digam isso. Eu não me desculpo enquanto achar que estou certo e não aceito que me dêem as costas durante uma briga. Eu sou péssimo em brigas - mesmo quando tenho razão, entro em pânico e esqueço meus argumentos. Eu gosto de andar de mãos dadas e de abraçar pela cintura, meu ombro está sempre disponível para dormir ou para chorar e eu posso não ter bons conselhos, mas sou um ótimo ouvinte. Eu sei dizer "bom dia", "por favor", "obrigado", "com licença" e "eu te amo" - e, apesar de preferir sussurrar, também posso gritar, escrever, cantar, pichar ou omitir. Eu pratico meu discurso na frente do espelho, mas nunca tenho coragem suficiente pra falar quando olho para você. Sou ótimo com segredos, exceto quando são meus, e não acredito que você ainda não percebeu que é linda. É isso que eu sou. Um romântico bobo. Um clichê ambulante.

Agora eu posso, por favor, ganhar uma chance?

(Daniel Freitas)

Ela riu e disse que não podia aceitar. Eu retruquei que era contra os meus principios deixar uma dama pagar - afinal, sou versado nas artes do cavalheirismo, que há muito até mesmo os poetas esqueceram. Ela ameaçou. Eu zombei. Ainda rindo, entramos no cinema.

E eu me apaixonei.
Droga.
(Daniel Freitas)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010




É bem simples. Eu quero segurar sua mão, te puxar até um canto qualquer e pedir que você, só por momento, feche os olhos e sinta a mágica - é, aquela mágica... Aquela em que você parece não acreditar mais. E quero te beijar - sem pressa, sem urgência, como se o tempo não fosse nada. E quero te abraçar com força e te embalar no ritmo das batidas do meu coração - quero te proteger e curar as feridas que ele abriu. E quero estar lá por você, mesmo quando ninguém mais estiver.

É bem simples. Eu quero você.

(Daniel Freitas)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010


- É ela. - Daniel murmurou, acenando discretamente com a cabeça na direção de uma garota que passava.

Ela era absolutamente... Comum. Sua pele era amorenada, apenas ligeiramente mais escura que a dele próprio. Seus olhos eram castanhos e, naquele momento, estavam fixos em um ponto qualquer do corredor em frente, carregando um brilho distraído e pensativo. Seus lábios estavam ligeiramente curvados apenas nas extremidades, revelando um sorrisinho quase impercptível, quase como se ela enxergasse no mundo uma grande piada que mais ninguém era capaz de compreender - ele sabia, no entanto, que quando ela sorria abertamente, as maçãs do seu rosto se tornavam proeminentes e seus olhos lembravam fogos de artícios explodindo. Seu cabelo estava preso em um coque firme no topo de sua cabeça, amarrado com uma fita colorida - solto, caía em cachos escuros até um ponto não muito distante da sua cintura. Ela era absolutamente comum, vale repetir. Apesar disso, aquele garoto, aquele garoto também comum não podia conter um sorriso de contentemento ao vê-la passar e acenar de longe para ele. E as borboletas que brincavam de pega-pega em seu estômago a cada vez que ele a via diziam a Daniel, por algum motivo, que ela não era comum. Não para ele.

- É ela. - Repetiu, ainda observando a figura afastar-se com o mesmo ar sonhador no rosto. - A dona de cada verso que escrevo, nota que toco e batida do meu coração. A garota que eu amo.

(Daniel Freitas)